O Sport já era o campeão do turno e defendia uma invencibilidade de quatro anos frente ao Santa Cruz. Charge: Jornal do Commércio.



Ouça o primeiro gol do clássico, marcado pelo atacante Valério do Santa Cruz:


Narração: Adilson Couto - Rádio Jornal AM de Recife
Repórter de Campo: Hélio Macedo


Narração: Roberto Queiroz - Rádio Clube AM de Pernambuco



Jornal do Commércio:

Os dois saíram ganhando

por WLADMIR PAULINO, JOÃO THIAGO e PAULO AUGUSTO
Quando o juiz Valdomiro Matias encerrou o jogo Sport 1x1 Santa Cruz, nenhum dos 15.884 pagantes resistiu à vontade de vaiar. Tudo bem que o jogo era só para cumprir tabela, mas rubro-negros – com a conquista do primeiro turno já assegurada – e tricolores não precisavam proporcionar um jogo tão lento e burocrático, demonstrando que o único objetivo era não perder. Deu certo. Com o empate, o Santa mantém o status de único invicto do Campeonato Pernambucano e o Leão permanece invicto diante dos corais na Ilha do Retiro, tabu que já vai para quatro anos.

No começo, uma falsa impressão de que os torcedores de coração mais fraco iriam sofrer. O Santa tentava atacar, e o Sport, bem-colocado, bloqueava todas as ações. Ainda assim, foi o time do Arruda que chutou a gol primeiro. O lateral Leguelé arriscou de longe e a bola também foi para longe do gol. Quatro minutos depois, Jaques respondeu com uma cabeçada, que levantou a torcida.

Aos 11 minutos, os leoninos Érlon e Sandro Blum sincronizaram a jogada perfeitamente, só que no erro. Primeiro foi o dublê de lateral-esquerdo. Ele achou que a bola lançada ia para fora e parou. Leguelé achou que dava para chegar, e chegou. No cruzamento para a área, Sandro Blum inventou de recuar quando a bola era toda de Albérico. A bola bateu na trave e na volta, Valério mandou para as redes. Santa 1x0.

O gol não abalou o Sport, que manteve o mesmo ritmo e quase empata aos 14 minutos. Nildo recebeu de Sangaletti e repassou a Jaques. O gaúcho entrou de barriga, mas João Carlos estava bem posicionado e calou o grito de gol rubro-negro. Só que o empate saiu aos 21, curiosamente, a partir de uma pisada na bola de Adriano dentro da área. Só que Nildo estava esperto e conseguiu chutar. No rebote do goleiro coral, Jaques decretou o 1x1. Na comemoração, o atacante simulou ‘tiros’ com os dedos para a torcida do Santa.

A partir daí o ritmo do jogo só fez cair. E na etapa final piorou mais ainda, com os dois técnicos ‘amarrando’ os times. As únicas reações da torcida foram numa bomba disparada por Marcílio na trave e o conhecido coro de “Burro! Burro!” para o técnico Celso Roth na troca de Nildo por Reinaldo.


Dois atacantes acertam o pé e garantem espetáculo
Dois atacantes que estão longe de se tornar ídolos de sua respectiva torcida salvaram o Clássico das Multidões. Do lado tricolor, Valério, que pela primeira vez jogou uma partida inteira no Campeonato Pernambucano, aproveitou uma bobeira da defensiva rubro-negra e abriu o marcador. Pelos leoninos, até que enfim, Jaques incorporou o espírito de um matador e decretou a igualdade no marcador.

O gaúcho Rafael Jaques argumentou que o Sport jogou pelo resultado, pois tinha o primeiro turno na mão. Além disso, ressaltou que as cobranças para que seja goleador podem continuar, pois tem trabalhado para ajudar o time.

“Como falei anteriormente, posso até fazer poucos gols, mas são decisivos em determinados momentos, assim como nesta partida”, enfatizou. Refletindo sobre os erros e acertos em pouco mais de dois meses na Ilha do Retiro, deixa a cargo do técnico as orientações sobre como deve atuar.

“O que importa é o meu trabalho aqui. Dou tudo pelo Sport. Ajudo na marcação, nas assistências e infernizo a vida das zagas adversárias. Isso termina culminando em gols, independentemente de quem venha a tocar na bola, antes dela entrar”.

Nas vestiárias do Santa Cruz, Valério procurava dividir com os companheiros de equipe os louros pelo empate. Afinal, manteve-se a invencibilidade coral neste campeonato. No tento que finalizou, deu importância ao fato de estar no lugar certo e, em instante oportuno.

“A vida do atacante é golear. Tenho de estar na área e aproveitar as situações de gol. Se não construímos, me garanti na bobeira deles”. Para o baixinho da linha de frente do Santa, agora, é o momento de se firmar como titular.

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